Os custos dos exportadores brasileiros aumentarão em cerca de R$ 3 bilhões por ano com o fim do Reintegra – programa do governo federal de incentivo às exportações encerrado em dezembro. O Reintegra previa a devolução de parte dos impostos com base no faturamento obtido pela companhia com a venda de produtos industrializados a outros países. O cálculo é da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que prevê ainda um impacto negativo de 3% nos embarques de manufaturados. “Esse número é uma média do crédito tributário que a indústria recebeu. Alguns setores têm um valor de resíduo tributário diferente”, afirma Diego Bonomo, gerente-executivo de comércio exterior da CNI.
A cotação do dólar em um patamar mais favorável aos embarques – uma das justificativas do governo para encerrar o regime de reintegração de tributos- não compensa o fim do programa, de acordo com Bonomo. “O câmbio é instável por natureza. Não tem como planejar como ele estará daqui 36 meses. É diferente ter um instrumento que dá previsibilidade ao empresário do que apostar em um nível em que a moeda estará competitiva”, acrescenta. A retirada do incentivo vem em um momento difícil para as exportadoras de mercadorias industrializadas, segundo a CNI. A entidade estima que o deficit da balança comercial do segmento tenha crescido 5,3% em 2013 e alcançado R$ 99,1 bilhões.
Fonte: Folha de São Paulo